você que já veio e você que está

segunda-feira, 25 de julho de 2011

nada (é) pessoal

eu quero a experiência de conversar comigo entre aspas
pra respeitar uma vez na vida todas as coisas que
me digo e me repito
como se fosse outra pessoa que tivesse dito
já que em momento assim - a gente até se aconselha - em momento aflito;
mas não têm lá muito efeito essas nossas mini valentias
que vivem, ah, brotando e se indo
dentro

do que sirvo eu para mim?
quero descobrir
e então querer me usar
de maneira inteligente
usufruir dessa eu, embora
saiba lá como isso funciona

e ter um caldeirão de mini valentias
pra levar pra viagem
e se nem nessa procura enfurecida
eu me encontrar

haverá coisa mais bela?

sexta-feira, 22 de julho de 2011

pele.

a cabeça
não ganha da pele
a certeza
não ganha da pele
a decisão
não ganha da pele
o coração
não ganha da pele
a sobriedade
não ganha da pele
a vigilância
não ganha da pele
a segurança
não ganha da pele
a confusão
que se faz pela pele
é tão própria da gente
quanto o nosso próprio
sei lá...
sistema circulatório.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

onde vende caneta?

todas as tentativas aqui
serão como rabiscar o mais forte possível
com um lápis;
por mais escuro que fique, nunca ficará preto.

sábado, 16 de julho de 2011

prisão da ficção

minhas mãos latejam para escrever um poema verídico
mas nada de verdade acontece.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Poema de Maiúsculas Vomitado em Cinco Segundos

Eu podia escrever trinta poemas praquele cara
E se alguém me perguntasse como ele era, bem, eu podia descrever exatamente
Nos mínimos detalhes, da cabeça ao pé e todo o caminho de volta
Eu podia fazer uma música praquele cara, podia até tocar essa música
Ainda que eu não saiba tocar nada
Em lugar nenhum
Eu podia viver vários dias só com aquele cara
Apesar de que eu não costumo dedicar dias a pessoas, acho chato
E então podia escrever mais trinta poemas
Iguais
Pelos próximos trinta anos
E outras sete ou oito músicas, pelos próximos trinta anos, praquele cara
E tocá-las todas, com todos os acordes ou notas ou batucadas
Ainda que eu não soubesse tocar nada
Eu poderia ter escrito trinta poemas praquele cara
E se alguém me perguntasse como ele era, bem, eu descreveria os traços que minha imaginação desenhasse
Nos mínimos detalhes, da cabeça ao pé e todo o caminho de volta
Eu poderia ter feito uma música praquele cara, poderia ter tocado essa música
Pelos próximos trinta anos, praquele cara, e fica-las tocando, tocá-las todas
Com todas as notas acordes batucadas
Ainda que eu soubesse
Que não sabia tocar nada
Em lugar nenhum
E que nada me tocava
Além da lembrança
Do que um dia fora
Pra mim
Aquele cara -
E se ninguém me perguntasse como ele era, bem, eu ficaria falando sozinha, pra mim.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

o resto é sacanagem

cansa
ver todo mundo vivendo
em busca de motivos

o motivo?
descrédito

fico sem motivo por;à;na vontade
vontade não basta, enfim
importa ter razões pra ir embora

e, nem por isso,
ir -
isso é que é
crédito

o resto
é sacanagem

sexta-feira, 1 de julho de 2011

tap

era a minha sensibilidade
a formiga
sobre a qual sapateaste