cavalos relincham em coro, passageiros chacoalham, meninas e meninos gemem,
serpentes oferecem Frutos Proibidos,
evas perdem paraísos, caolhos oram
por visão
este é um bom panorama geral
o teu sorriso faz tremer o
chão
uma britadeira
também
tudo e nada são de minha posse e
sonho com
carruagens
onde é claro eu possa
fazer silêncio
carruagens
como o teu peito nu
quando amo
tenho pendurados em meus ombros
braços que não são meus
sob meu nariz boca que
diz o que eu não
disse
belas beijam feras,
erva enrolada metida para dentro, mais erva enrolada metida para dentro,
dormir quatro pernas acordar coxas
amor
que me encarcera
entre minhas orelhas
olhos que não me pertencem
cravados em minhas mãos
dedos que não possuo
conto nos dez aqueles que
me vieram à galope
tu
me vieste à galope, violento, ao mais violento dos galopes
e quase nunca foi tão doce
esse galopar
nem tão difícil segurar em
rédeas
quando amo
surgem de meus cabelos cachos
que não tenho mora em minha casca
alma que nunca vi sonha minha mente com
quadros que não pintei
raro
conversar com carne,
a tua tagarela
andam meus tornozelos sobre pés
que não me sustentam
quando amo
é cada parte de meu ser
do ser que amo
palestras no meu ouvido em dó menor - e
peço que não entre com lama
nos pés no meu
CoRaSSão
e me olhe devagar no ritmo de
quem perde a competição
enquanto te amo num salto, à distância
proponho a viagem ao fundo dos afetos
que façam pulsar o meu e o teu corpo
e assim comecemos a diminuir
até que uma lata de Brahma
nos beba a nós dois.
quem perde a competição
enquanto te amo num salto, à distância
proponho a viagem ao fundo dos afetos
que façam pulsar o meu e o teu corpo
e assim comecemos a diminuir
até que uma lata de Brahma
nos beba a nós dois.