você que já veio e você que está

quinta-feira, 12 de julho de 2012

serpentes oferecem Frutos Proibidos, evas perdem paraísos

cavalos relincham em coro, passageiros chacoalham, meninas e meninos gemem, 
serpentes oferecem Frutos Proibidos
evas perdem paraísos, caolhos oram 
por visão

este é um bom panorama geral 
o teu sorriso faz tremer o
chão
uma britadeira 
também


tudo e nada são de minha posse e 
sonho com 
carruagens 
onde é claro eu possa 
fazer silêncio
carruagens
como o teu peito nu 

quando amo
tenho pendurados em meus ombros
braços que não são meus
sob meu nariz boca que
diz o que eu não
disse

belas beijam feras,
erva enrolada metida para dentro, mais erva enrolada metida para dentro,
dormir quatro pernas acordar coxas 
amor 
que me encarcera 

entre minhas orelhas
olhos que não me pertencem
cravados em minhas mãos
dedos que não possuo

conto nos dez aqueles que
me vieram à galope
tu 
me vieste à galope, violento, ao mais violento dos galopes
e quase nunca foi tão doce
esse galopar 

nem tão difícil segurar em 
rédeas


quando amo 
surgem de meus cabelos cachos
que não tenho mora em minha casca
alma que nunca vi sonha minha mente com 
quadros que não pintei

raro
conversar com carne,
a tua tagarela

andam meus tornozelos sobre pés
que não me sustentam
quando amo
é cada parte de meu ser
do ser que amo

palestras no meu ouvido em dó menor - e
peço que não entre com lama
nos pés no meu

CoRaSSão


e me olhe devagar no ritmo de
quem perde a competição
enquanto te amo num salto, à distância

proponho a viagem ao fundo dos afetos
que façam pulsar o meu e o teu corpo
e assim comecemos a diminuir
até que uma lata de Brahma
nos beba a nós dois.