você que já veio e você que está

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Maria Belém

Essa é mulher de bem
Marido antigo, filhos, um par
Sobrenome, ela também tem
Mas é de Maria que vamos chamar
Amigos, não tantos
Falar, quase nada
Tomava para si até mesmo os prantos
Que a pudessem ferir como a uma escrava
Nunca abrira de fato um sorriso
Talvez que tampouco conhecesse alegria
Seus sons mais comuns eram todos gritos
De dor ou apenas de platônica nostalgia
Mas acima de tudo, não se pode negar
Que embora sem mesmo no bolso um vintém
Nunca se houvera deixado de falar
De tão ilustre Maria Belém