você que já veio e você que está

domingo, 1 de março de 2009

Naufrágio em Aguardente

Pinguei gota molhada de cana no canto
da boca seca
Enquanto via-te passear para longe

Quis-te ir buscar trazer de volta
Cá perto por quê? Por que tinhas que partir?
Foi aí
bebi aos montes

Fui contigo aos mais
belos e obscenos
cantos da minha mente

Transportei-nos gole a gole
Entre delícias e martírios

Sentia-me mal ao sentir-te bem mesmo eu sentindo-mal ao sentir-te distante
Te queria te queria sentir
E só

Te tenho às vezes às vezes não quando
não te tenho escrevo canção
Poesia bebida amargura coração

Entorno a cana ariba abajo al centro adentro
Cana cana aguardente
Pinga um pingo de solidão