você que já veio e você que está

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Peter Pan do mau, a sombra, o vento ruim

Ai, sai daqui com teus trapos, memória infertil. Larga-me ao meu vicio de esquecer-me, afugenta-te, entende que estou dolorida e vou morrer de amor. Va-se! Morte como esta não satisfaz, adia, só. Foge de mim enquanto ainda estou jogada no chão e não posso correr. Que jogo esse que jogamos conosco mesmos, perecível divindade. Tudo o que resta sempre e igual - o marmore e o mau. Tudo fruto de apedrejamentos e apodrecimentos das tonturas boas em conserva, faltaram especiarias. O ser docificado e maior do que todos os seres, ao menos em simbolo, gasta sua imagem. Deixa que durma, asa ruim, criação nefasta, imagem distorcida, mentira de mel. E vai dormir também, para que, mais tarde, eu te desperte. Ou alguém te desperte em mim.