você que já veio e você que está

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

super

Estava há pouco no mercado e um cara segurando uma folhagem me perguntou: você já comeu esta couve chinesa? Eu disse que não, que nem sabia que existia couve chinesa, mas que deveria ser algo tipo a couve comum, cuja nacionalidade eu realmente desconheço. Acontece que uma couve não pode ser muito diferente de outra, pelo menos na minha cabeça. Aquela devia ter olhos puxados. Acho que não sei muito sobre couves, já que não as estudei nem jamais fiz nenhum tipo de curso sobre o assunto.

Na fila, tive um outro papo com um cara que ia levando quatro potes de tapioca com mais cinco pacotes de tapioca. Uma vez, também numa fila, discorria sobre a minha dieta com uma senhora que olhou para o meu carrinho e disse: você não deveria comer cuscuz já que faz dieta. E então eu disse, quem diabos vai comer cuscuz? E ela disse, para que então você vai levar essa tapioca? E eu disse, para fazer na panela, tapioca, pô. É coisa de dieta. E ela me alertou: essa tapioca de pacote é diferente da de pote, serve para fazer cuscuz, e não para fazer a tapioca que você quer fazer. Isso embaralhou a minha cabeça. Agradeci pelo aviso. Bem, então achei digno utilizar o meu conhecimento recém adquirido e alertar ao cara: você sabe que essa tapioca de pacote é para fazer cuscuz, não sabe?
Isso embaralhou a cabeça dele. Mas, tá bem, se isso não embaralhasse, alguma outra coisa ia.

As pessoas nos mercados estão terrivelmente acostumadas a se meter na vida umas das outras. Algumas imploram, por favor, se meta na minha vida, não sei o que fazer com couves chinesas. Cara, simplesmente não leve a porra da couve chinesa se você não a conhece. Ou leve e passe a conhecê-la. Como, por deus, eu poderia prepotentemente intervir na sua decisão de levar ou não levar uma tapioca de pacote? Apesar de ser idiota, pareceu o correto a fazer. E eu sempre faço aquilo que me parece correto. Apesar de ser idiota.