você que já veio e você que está

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Amooooorrrrr

Simplesmente nada foi mais forte do que o dia em que te olhei pela primeira vez. Porque é que olhos são tão janelas? Almas tão saltam de olhos? A vidraçaria humana também entra em crise - catarata, miopia. Mas a crise maior é a de olhos que não são olhados de volta. A de vozes que se calam por não encontrarem eco. Tudo humano se entristece, não é só o ser em todo, o ser em especificidade também. O homem em partes se aborrece, chora, ama, as mãos amam, os dentes amam. A cor de cada órgão depende unicamente de seu grau de amor pelo externo. A infinidade é o externo; tudo o que vai além de si próprio enquanto humano; tudo o que participa da transgressão corpórea; o que evapora fora do ser e ali mesmo nasce; o panorama horizontal. O amor tem com isso nada mais que uma relação de ódio. Com a matemática. Não é, o ódio, amor? Em toda a sua paixão furiosa? É claro que é. É o estado primo do amar, odiar. É o amor na cor vinho, na primeira casa, vestido de paixão rústica, há necessidade de destruição, há mortes internas a todo o minuto.

Quantas vezes mais vamos falar de amor até que cansemos? A que horas cansamos?