você que já veio e você que está

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Na lata

Não acho que estejamos
Não adiantam os conselhos que nos escrevemos
Nem eu nem tu os lemos

Não acho que estivemos
Nem que vamos, muito menos que vamos estar

Não dói em mim
Te dói?
A graça é que me feres e a ti mesmo te corróis

s e m q u e e u m e m o v a

Por dentro e tentas tanto ainda que haja um dia ‘nós’
Pois não dói em mim
E eu digo isso assim, latamente

Na lata!

Sei que querias, pois sentes saudade
Que eu me debruçasse sobre os meus joelhos
Que eu me sentasse na calçada, os olhos vermelhos
Que eu desamasse aos poucos o que visse no espelho
E sei que não por maldade, eu juro que sei

Aconteço ser mais forte que supões
Levantei pedras de onde nem imaginas
Dou a quaisquer palavras que queiras rimas
Olha como pegas tua menina e a subestimas
Olha como a trataste nos últimos dez verões

Acontece que me aconteci
Para mim mesma de uma forma mágica
De repente não menos trágica
Suicidando-me enquanto simpática
Morri

É que sou prática!

Na lata