vou na correnteza
dum olho sequer turquesa
deixo que notes em minha nudeza
nos braços, nos seios, nos lábios a rijeza
e que sem nenhuma gentileza
te aproveites de minha fraqueza
se é questão de defesa
ergueres uma fortaleza
feita de aspereza
e, nesta rudeza,
esconderes tua grandeza
faço apenas lamentar a vileza
que é me teres qual presa
que é me tirares a pureza
que é me molestares a natureza
me intriga só a morbideza
do saber que não há em lugar algum tanta clareza
como em toda essa tua infinita incerteza
tu me enrolas, me fritas, me tens à mesa
como um bife à milanesa