você que já veio e você que está

sábado, 24 de outubro de 2009

Declaro que odeio São Paulo

Isso aqui é sobre como a saudade te invade o corpo

Esse meu amigo me pediu que eu escrevesse alguma coisa. Porque ele queria muitíssimo ler alguma coisa no meu blog. Meses e anos estão se passando e eu ainda não entendi como é que num segundo alguém que morava só uns metros distante de mim foi teletransportado para São Paulo. Eu odeio São Paulo. Eu te odeio, São Paulo, não só porque você é cinza e horrorosa, mas principalmente porque você levou o meu melhor amigo daqui, de perto de mim. A saudade dum namorado que te largou é ruim também, mas é diferente da saudade dum amigo. A saudade do namorado dá no corpo, assim como a saudade dum amigo. Só que a diferença está em que a saudade do namorado passa em tempinho. A saudade do amigo fica pra sempre. Impregnada. É quase uma putaria. Você precisa daquela pessoa, precisa, precisa porque ama e porque estar longe dela te mata um pouquinho todo dia. E é foda. É foda estar longe dum amigo. Inda mais do melhor dos teus amigos. Não o melhor porque é o mais bonito ou porque é o mais inteligente ou porque, no caso desse meu, desenha melhor que todo mundo que você conhece e sabe fazer réplicas de tudo que envolva Harry potter. Melhor, quando eu digo, quer dizer o que, por essência, por um fio de prata maluco ou simplesmente por amor, está preso a você. E agora que ele está longe – ou melhor, não é de agora -parece que me falta um pedaço. Eu sofro. As partes do meu corpo sentem saudade. Não é como se a gente fosse se encontrar uma vez e essa dor passasse. É nessa vez que a gente sente os olhos brilhando meio de choro, meio de felicidade, meio de choro de felicidade e uma porrada de dor. Ou da dor de uma porrada. O importante é que a gente sabe que, no fundo, está vivo. E existem aviões.
Te amo, Leozinho.