é claro que sim - querido - eu não tenho a pretensão de te melhorar em na dinha.
você jura?
olha bem pra minha cara - querido.
você faria o favor de limpar essa remela aí?
qual o problema com a remela?
alguma coisa de muito real nela.
a realidade ainda é o único lugar em que você pode se deitar no sofá, e toda essa coisa.
você não gosta de mim, não é?
não exatamente - querido.
era o que eu esperava, mas você certamente choraria se os médicos não tivessem esperança.
dificilmente - querido -, mas talvez.
caso um dia eu esteja muito mal, jamais opte por um médico que te peça pra rezar. ele não devia confiar mais em deus do que no trabalho dele.
ok.
vamos, me prometa isso.
é uma promessa.
(...)
você acha que eu sou dessa maneira por causa dos livros malditos que eu li.
eu -
vamos, admita.
e os filmes. bem, mas você ficaria muito chateado se eu te achasse só um cara desses engraçados - querido. então de repente o que eu acho de você é até uma coisa boa.
você se acha uma grande coisa, né?
nenhum de nós é. eu te acho uma merda que muito me interessa.
eu sinto muito.
só existem dois tipos de coisas, as que você sente, e com as quais eu me importo.
legal isso que você falou. parece uma coisa que eu teria dito.
você gosta de pernas?
gosto das de fora.
você gosta de mulheres espirituosas?
ora, se gostasse estaríamos juntos.
isso também dependeria de mim.
ora, não fica tentando bancar a difícil quando você tá sem calcinha.
me dá um cigarro aí.
tá tudo bem. as mulheres sempre acabam caindo fora. desse tipo de cara imaturo pra caralho. do tipo de humor seco/sarcástico.
é mesmo um bom momento pra citar o orkut.
eu tenho sensibilidade.
(...)
eu já fui estuprada, sabia.
eu imaginei. você tem todo o jeito.
(...)
ei, você sorriu.
foi passageiro.
tá com vergonha.
claro. sorrir. chegar muito perto da sinceridade.
tá com vergonha.
claro. sorrir. chegar muito perto da sinceridade.