você que já veio e você que está

sábado, 18 de julho de 2009

Menina palco luz e e e

A menina sobre o palco e a luz que a cegava quase e as pessoinhas dos olhinhos brilhando (quantos quantos! tantos) e as vozes que ela ouvia e que ninguém mais e as suas mãos com as quais ela ficava meio que tentando descobrir o que fazer enquanto já fazia e agora não tinha mais pronde correr e não corria. Ficava. A menina que sentia uma felicidade quente tão tão tão quente que em vez de queimar sorria e ela amava de uma forma louca aquele chão preto arranhadasso sob os seus pés alguma coisa louca louca mesmo eu não tô zoando! e meio escorregadia. A menina repetia repetia uma coisinha escrota tipo um mantra tipo um eu adoro sentir os meus movimentos e ouvir o som da minha voz e eu tenho total controle sobre o ângulo de trezentos e sessenta graus à minha volta. A menina pensava certo - tava tava certo! - que naquilo tinha um quê de morbidez já que o quase sorriso fruto da felicidade borbulhante que não queimava por causa de bondade advinha só e só das lagriminhas tantas que eram por causa dela e do que ela fazia. Que aquilo que ela fazia conseguia deixar os outros tão tristes que isso não podia ser nada diferente da melhor coisa do mundo.
Tô louca ou tá certo?