você que já veio e você que está

domingo, 5 de julho de 2009

Sábado de manhã (ontem de hoje)

Meu irmão me deu um livro muito bom na semana passada. Falava muito sobre a observação. E eu, observadora de natureza, fiquei muito empolgada (talvez mais do que o suficiente) com isso. Ontem, sábado, eu acordei nesse tempo frio e não tinha nada para fazer. Resolvi colocar a minha calça bege larga, o meu all star vermelho e ir com a blusa do Dragão Verde que faço de pijama até a praia. Às vezes eu acordo assim meio inspirada. Praia no frio, de pijama, com um caderno e uma caneta. Sentei no banco e lá fui eu: comecei. Olhei, olhei, olhei, pra lá, pra cá, gente feia, gente bonita, pé, cabelo, como essa gente anda estranho!, gente brega, um gato, criança chata, cachorro, cara do biscoito globo, mais gente, mais gente, mar, mãos! Tenho prestado muita atenção à mãos, ultimamente. É bom isso. As pessoas dizem muito com as mãos (além de fazerem, é claro). Ao som dos Rolling Stones, comecei a anotar tudo tudo tudo. Mãos que andam junto com o corpo, que acompanham o movimento do pulso, mãos de viado, mãos que cutucam, que se mexem esquisito, mãos de velhinhos, mãos do caralho a quatro. Mãos, mãos, muitas mãos. Eis que se passou um tempitcho e eu percebi uma mesa do lado do meu banquinho solitário, na qual estavam umas cinco pessoas sentadas. De repente começo a ouvir umas risadas: estavam rindo de mim, os filhos da puta. Mas também eu não posso culpar os bichinhos. De fato deve ser engraçado ver uma pessoa olhando pros outros, rindo e escrevendo - sabe-se lá o quê. Enfim, foda-se. Nada mais divertido do que andar do Leblon até o Jardim Botânico, passar no Tablado e... continuar peregrinando.