você que já veio e você que está

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sei lá

Eu até poderia ter pedido pro seu Dode um aumento. Poderia ter procurado um outro emprego que pagasse melhor, que oferecesse condições mais estáveis. Eu poderia ter vendido a casa ou lançado a aluguel, ter pedido empréstimos no banco ou pra alguma prima, poderia até ter traficado drogas.

Com quatro filhos pra criar, o negócio fica diferente. A gente tem que se dobrar em oito pra dar de mamá, comprar comida, levar na escola, botar pra dormir, cuidar quando adoece. É foda. Ser mãe solteira é foda.

E além de tudo eu já não era comida, assim, de dar gosto, há uns três anos. Três anos! Você sabe o que são três anos sem uma boa trepada? Ou, nem precisava ser tão boa, mas uma trepada qualquer? Não sabe. Não, não sabe. É que na falta de tempo não dava tempo mesmo, né. E na falta de homem, não tinha homem.

Não que eu fosse feia. Eu sempre fui bastante ajeitadinha, nunca deixei de ouvir uns fiufius quando passava.

As coisas começaram a ficar apertadas, e eu já não podia mais alimentar cinco bocas trabalhando em casa de família. O dinheiro era curto e não dava era pra bosta nenhuma. Um batonzinho, então, eu não sabia o que era fazia tempo...

Tudo isso não bastasse, eu ainda estava subindo pelas paredes. Precisava dar. Dinheiro, sexo, filhos, filhos, sexo, dinheiro. Dinheiro, dinheiro, dinheiro, filhos. Filhos, filhos, sexo, sexo. Dinheiro, sexo, dinheiro, sexo. Uma semana mais e eu seria capaz de... sei lá. Nunca fez tanto sentido!

Sei lá foi o que eu fiz.

Afinal, com quem o sexo pode fazer melhor comércio que com o dinheiro?